CIENTISTAS CRIAM UM MOTOR ESPACIAL MENOR QUE UMA UNHA

Equipamento em miniatura utiliza apenas água para gerar a energia necessária para manter nano satélites em órbita.

Cientistas do Imperial College de Londres, no Reino Unido, estão desenvolvendo um motor em miniatura que utiliza apenas água como combustível. Sua função será impulsionar os nano satélites que estão sendo lançados cada vez mais frequentemente ao espaço. O equipamento foi batizado de ICE-Cube Thruster, sigla em inglês para Iridium Catalysed Electrolysis CubeSat Thruster (“Propulsor CubeSat de Eletrólise Catalisada por Irídio”, em tradução livre).

Satélites pequenos

Estima-se que o número anual de equipamentos espaciais lançados em 2020 tenha sido mais de três vezes o número em 2016. Deste mercado crescente, os nano satélites (que pesam menos de 10 kg) constituem cerca de 90% dos dispositivos colocados em órbita. Estes pequenos satélites (normalmente do tamanho de uma pasta) têm restrições muito rigorosas que dificultam a integração de um sistema de propulsão. Seu motor deve ser muito pequeno, operar com potência muito baixa e, na maioria dos casos, usar propulsores não pressurizados e não tóxicos.

O propulsor ICE-Cube, cujo projeto é financiado pela Agência Espacial Europeia (ESA), atende a esses requisitos usando um eletrolisador para dividir a água em suas moléculas constituintes de hidrogênio e oxigênio no espaço e alimentá-las diretamente ao propulsor. Os benefícios do sistema são principalmente a facilidade de armazenamento de um propelente não perigoso em tanques compactos e leves, bem como o desempenho muito favorável do hidrogênio/oxigênio. A eletrólise da água também requer apenas uma fração da potência de dispositivos de propulsão elétrica comparáveis, o que está dentro da faixa de potência disponível para nano satélites.

O tamanho diminuto do ICE-Cube não excede o de uma unha: sua câmara de combustão e bocal medem apenas um milímetro, e ele requer apenas 20 watts para funcionar. O motor em miniatura utiliza água para gerar a energia necessária para manter os nano satélites em órbita e realizar manobras. Os cientistas por trás da tecnologia afirmam que o método de fabricação permite a produção em grande escala dos minis propulsores a um custo extraordinariamente baixo. Isso será crucial para lidar com a demanda do mercado de nano satélites, que deve continuar aumentando constantemente nos próximos anos.

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